quarta-feira, 16 de novembro de 2011

SPED na prática, falta teoria

Durante palestra na 14ª Conescap, realizada nos dias 30 de outubro e 1º de novembro, na Costa do Sauipe (BA), maior evento do setor empresarial de serviços contábeis do País, o auditor fiscal aposentado da Receita Federal Márcio Tonelli, um dos principais responsáveis pela criação do projeto SPED Contábil, apresentou números intrigantes.

Segundo ele, em 2010, 61% dos livros contábeis digitais enviados para as Juntas Comerciais por meio do SPED, foram colocados sob exigência – substituídos ou indeferidos. Em outras palavras: apresentaram algum problema. O número melhorou um pouco com os livros de 2011, caindo para 56%.

Estes problemas, basicamente, foram detectados nos “Termos de Abertura”, “Termos de Encerramento”, “Requerimentos para Autenticação” e “Dados dos Signatários” dos livros contábeis digitais que continham informações não conformes com as normas do DNRC, e Código Civil.

Os dados que deram origem aos problemas não foram de ordem contábil e sim formal, burocrática. Deste modo, eles são informados pelos departamentos contábeis, com base nos procedimentos, normas e leis já existentes, antes mesmo da instituição do SPED.

Entretanto, sempre que eu realizo cursos sobre SPED, perguntam-me: “O curso será prático?”. Minha resposta-padrão é: “Na prática, falta teoria”. Sim, pois se o profissional – seja ele um contador, advogado ou analista de sistemas – entende os conceitos que fundamentam o SPED, aplicá-los na prática torna-se tarefa simples, meramente operacional.

Mas muitos insistem em participar de cursos que ensinam profissionais a digitar os campos em uma tela, bem aos moldes dos padrões aceitáveis no do século XX. Ora, digitar o CPFs, nomes e números de livros é atividade mecânica. Mas saber quais CPFs e números serão digitais é conceitual.

Portanto, o resultado assustador de livros contábeis digitais transmitidos com informações elementares erradas é reflexo de uma cultura mecanicista, fordista, ultrapassada. Reflexo de um tempo no qual o aluno (aquele que não tem luz) era um ser passivo que absorvia os conhecimentos do mestre – a única fonte de conhecimento.

Já passou da hora da tomada de consciência que projetos SPED fracassam por causa de pessoas, e não da tecnologia. Conhecimento e atitude empreendedora são fundamentais para o uso consciente e eficiente da tecnologia do terceiro milênio.

Sem a participação efetiva dos profissionais de recursos humanos nestes projetos, não há como conduzir esta mudança gigantesca de paradigmas. Não sem sangue, suor e lágrimas, muitas vezes, desnecessárias.

FONTE: Roberto Dias Duarte

Métodos Quantitativos em Contabilidade: A Contabilometria

Por Carlos Cesar D'Arienzo

É imperativo que um trabalho de pesquisa evite o estabelecimento de juízos de valores pessoais, e que procure dar ênfase ao referir-se a fenômenos observáveis, passíveis de confrontação empírica, privilegiando as características do objeto estudado.

De acordo com Heidegger (1969, p.36) "nas ciências se realiza, no plano das idéias, uma aproximação daquilo que é essencial em todas as coisas". Sendo assim, a iniciação e aplicação científicas têm o propósito de ampliar o horizonte de crítica do pesquisador para além do óbvio. E, para tal, torna-se necessário conhecer os fundamentos científicos que objetivam a organização do conhecimento e, essa organização do conhecimento fornece a base para o trabalho científico.

É imperativo que um trabalho de pesquisa evite o estabelecimento de juízos de valores pessoais, e que procure dar ênfase ao referir-se a fenômenos observáveis, passíveis de confrontação empírica, privilegiando as características do objeto estudado. Que privilegie casos representativos e passíveis de generalização.
A delimitação do objeto deve ser clara e precisa, rejeitando ambiguidades. Logo, no tratamento puramente estratégico dos dados e informações, há que se tomarem certos cuidados, agir com determinada cautela. É que a suposta facilidade de interpretação de certas partes dos cenários traz implícitos alguns riscos, o maior deles, a tendência redutora dos fatos.

Mesmo assim, é possível construir hipóteses para a montagem da análise de cenários com o objetivo de projetar as possibilidades da empresa diante de seus concorrentes e diante das variáveis exógenas (que não controla diretamente) aos modelos de projeção dos dados econômicos, administrativos e contábeis, por exemplo: equações de minimização de custos, projeção de preços dos equilíbrios, os pontos dos equilíbrios entre receitas marginais e custos marginais, os coeficientes de participação de capitais de terceiros, coeficientes de endividamento, as elasticidades-preço das demandas, as funções que explicam as demandas, as projeções dos níveis ótimos das produções, a composição e evolução patrimonial, os cálculos das propensões marginais a consumir dos clientes, divisões dos mercados, preferências dos consumidores, inovações tecnológicas, qualidade, reações cruzadas e concorrência direta entre empresas.

Os cenários são normalmente concebidos em três dimensões de análise: otimista, realista e pessimista. O objetivo destes não pode ser outro se não a montagem de estratégias e táticas que possibilitarão a maximização de oportunidades e possibilidades, a minimização de riscos e o favorecimento da projeção do foco e velocidade das mudanças nos cenários econômicos e institucionais. Deve-se lembrar que projetar não significa prever, adivinhar.

Os cenários devem ser elaborados para dotar os planejadores das estratégias e táticas empresariais de capacidades para que entendam as possibilidades comerciais que se apresentarão nos diferentes e complexos cenários. Ou seja, os cenários devem expor possibilidades (não certezas) sobre ambientes tão diversos quanto complexos, exemplo, mudanças nos campos: contábeis, tecnológicos, sociais, macroeconômicos, microeconômicos, demográficos, políticos, legais, e das relações exteriores (entre países e empresas).
Não existe técnica (ou prática) sem teoria. A técnica é o resultado do estudo para dominar a ciência (existem conhecimentos básicos mundialmente aceitos e consolidados). As técnicas variam porque os efeitos ou resultados podem ser escolhidos: um profissional ou escola de pensamento prefere o efeito "A", outro escolhe o "B". Essa evolução técnico-científica expressa o desenvolvimento das sociedades na busca pela Verdade e entendimento da Natureza (Universo). As Ciências são o resultado desse processo social, que é também material. Não existe Ciência sem aprendizagem, a aprendizagem é resultante da observação e imitação, antes da reflexão e do desenvolvimento intelectual.

Fonte: administradores.com.br

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